A travessia da balsa entre os municípios de São Sebastião e Ilhabela foi interrompida, ontem, por aproximadamente duas horas, para que um navio atracasse no porto de São Sebastião. A paralisação teve início por volta das 12h30 e se estendeu até às 14h20.

A empresa de Desenvolvimento Rodoviário S.A (Dersa), informou que recebeu o comunicado oficial da solicitante Companhia das Docas na manhã de ontem às 10h. E em seguida transmitiu as informações aos meios de comunicação e à população. Segundo a Dersa o navio atracou na bacia interna do porto e por isso o trânsito das balsas foi prejudicado.

A Companhia Docas de São Sebastião declarou que para garantir a segurança dos usuários da balsa na travessia, excepcionalmente foi solicitada a interrupção do serviço no período entre 13 horas e 14h30, e que somente duas travessias deixaram de ser realizadas. A Companhia ressaltou ainda, que não existe nenhuma norma que determine que o agente portuário responsável avise com antecedência sobre operações de atracação.

O navio, de grande porte, que atracou no porto vai embarcar, amanhã, cerca de 1.000 cabeças de gado que vão ser exportadas para a África do Sul. Para que os animais sejam embarcados existe a necessidade de uma preparação antecipada do navio, com presença de técnicos e ração. Como o porto não tem uma zona de quarentena para abrigar os animais por mais de um dia, a carga deverá embarcar assim que chegar na cidade amanhã.

Reclamações

Muitas pessoas que utilizam o serviço prestado pela Dersa sentiram-se lesados por não terem sido comunicadas com antecedência sobre a paralisação. A moradora de Ilhabela, Nilma Pereira dos Santos, 44, contou que nenhum funcionário da empresa informou aos pedestres que utilizam o transporte sobre o motivo do não funcionamento, “Já faz quase duas horas que estou aqui e não temos certeza de nada, estamos vendo o navio chegar, mas até então ninguém veio dar nenhuma satisfação ao povo que está aqui esperando”.

Outro usuário, Paulo Sérgio Baltazar do Nascimento, 49 anos, também reclamou muito sobre o tempo de espera, “estou fora de casa desde as 7h30, e tenho meus compromissos agendados, precisava cumprir meus horários, se eu soubesse que haveria interrupção no serviço teria me programado”.

Manuel Alves Coelho, 48 anos, também morador de Ilhabela, revelou que a última balsa saiu de São Sebastião às 12h50. “Houve a paralisação, mas não havia nenhum navio chegando, o navio só apareceu uma hora e meia depois, não precisava dessa paralisação com tanto tempo de antecedência. É muito descaso com a população, acredito que isso seja uma grande incompetência administrativa dos órgãos responsáveis ”, reclama Coelho.

Toninho Colucci, prefeito de Ilhabela, declarou-se indignado com a operação realizada pela Dersa e pela Companhia das Docas. “A balsa é a única via de entrada e saída do arquipélago, regularmente já sofremos muito com as paralisações devido ao mau tempo, e isso nós aceitamos, pois são intempéries da natureza. Estou chocado pela falta de respeito com a cidade de Ilhabela. A paralisação aconteceu sem nenhum aviso prévio às autoridades, é um absurdo”, dispara o prefeito.

De acordo com Colucci, o município já preparou um documento em repúdio contra a atitude da Companhia das Docas e contra a Dersa. “Não é possível que não exista uma programação para esse tipo de operação. O navio é maior que o berço do porto e prejudicou o serviço da balsa. Já fizemos contato com o secretário de Transportes do Estado, Saulo de Castro, e com o diretor de Operações da Dersa, João Poiani, além de outras autoridades competentes, vamos encaminhar oficialmente uma queixa em nome de Ilhabela”, esclarece Colucci.

Fonte: Imprensa Livre